Dia Mundial de Combate à AIDS 1 de Dezembro com foco no Atendimento Odontológico. Veja mais neste post.
HIV e a Odontologia
No Dia Mundial de Combate à AIDS, é essencial destacar a importância do atendimento odontológico humanizado para as pessoas que vivem com HIV/AIDS. A saúde bucal desempenha um papel crucial na qualidade de vida dessas pessoas, que podem enfrentar desafios únicos relacionados ao tratamento e à evolução da doença.
É bom lembrar que historicamente os cirurgiões dentistas foram a linha de frente no diagnóstico da doença, uma vez que o sarcoma de Kaposi era uma lesão bastante frequente nesse primeiro momento.
Por que a saúde bucal é tão importante para pessoas vivendo com HIV/AIDS?
O que fazer para um atendimento odontológico acolhedor e seguro?
- Elimine preconceitos: O estigma ainda é uma barreira para que muitas pessoas vivendo com HIV busquem cuidados odontológicos. Trate todos com respeito e empatia.
- Ambiente seguro: Siga os protocolos de biossegurança universal. Esses procedimentos já tornam o atendimento seguro para todos, independentemente do status sorológico.
- Converse com o paciente: Entenda o histórico de saúde e possíveis interações medicamentosas com os antirretrovirais para planejar o tratamento de forma personalizada.
- Oriente sobre cuidados diários: Educar os pacientes sobre higiene bucal é fundamental para prevenir complicações.
Cuidados preventivos relacionados à Odontologia
Tratamentos preventivos regulares podem evitar problemas graves, como periodontites ou lesões infecciosas.O dentista pode atuar como um dos primeiros profissionais a identificar manifestações bucais do HIV, colaborando para um diagnóstico precoce e encaminhamentos necessários.
A Grande vitória no Controle de Infecção
Os avanços no tratamento antirretroviral (TARV) permitem que, com adesão ao tratamento, a carga viral do HIV atinja níveis indetectáveis, o que significa que:
- Não se transmite HIV para parceiros sexuais;
- É possível viver com saúde e reduzir significativamente as complicações associadas à AIDS.
Essa é uma enorme conquista, mas os cuidados contínuos, como acompanhamento médico e odontológico, ainda são essenciais devido aos possíveis efeitos colaterais.
Por que o protocolo é tão importante?
O Protocolo para Acidente com Material Biológico (normatizado pelo Ministério da Saúde no Brasil) estabelece diretrizes claras para profissionais expostos. Ele inclui:
- Imediata lavagem da área exposta:
- Lave com água corrente e sabão (para pele).
- Em caso de exposição em mucosa (como olhos ou boca), lave abundantemente com soro fisiológico ou água.
- Notificação do acidente:
- Registre o acidente imediatamente nos canais internos da organização (formas de registro podem variar conforme a instituição de trabalho).
- Avaliação do risco:
- Avalie o tipo de exposição (perfuração, contato com mucosas, entre outros).
- Identifique as características do material biológico (sangue, saliva misturada com sangue, outros fluidos).
- Profilaxia Pós-Exposição (PEP):
- Em caso de risco de transmissão do HIV, é necessário iniciar a PEP em até 72 horas (preferencialmente nas primeiras 2 horas após o acidente). O tratamento é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
- Exames laboratoriais:
- Realize exames para detecção precoce de infecções (inicialmente e no acompanhamento periódico).
- Testes sorológicos devem ser realizados no momento da exposição e repetidos após 30, 60 e 90 dias.
- Acompanhamento contínuo:
- Monitore o profissional exposto para verificar possíveis infecções e oferecer suporte psicológico, quando necessário.
Celebre o dia e lembre-se das precauções padrão todos os dias!
Liliana Donatelli